O silêncio na casa da família Silva, no bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus, contrasta com o som brutal que ecoou pelas ruas da comunidade na tarde de quarta-feira (3). Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, saiu para comprar leite e não voltou. Espancado com violência, o adolescente morreu dois dias depois, no sábado (5), vítima de um crime que, segundo familiares e vizinhos, poderia ter sido evitado.
Fernando foi atacado por um grupo de jovens com histórico de violência, de acordo com relatos de moradores. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que o adolescente sofreu traumatismo craniano, hemorragia e edema cerebral — lesões provocadas pelas agressões.
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A dor da perda vem acompanhada do sentimento de impotência. Segundo o irmão de Fernando, Wellyngson Bob, o adolescente vinha relatando ameaças e ofensas.
“Ele falou pra gente no domingo \[antes da agressão]. Disse que não aguentava mais. Mas quando fomos atrás deles, já era tarde. A gente queria ter evitado isso. Queria ter protegido ele”, disse, emocionado.
De acordo com Wellyngson, os agressores não eram da comunidade. Tinham chegado recentemente ao bairro, vindos de outro local onde também teriam se envolvido em confusões.
“Eles não conheciam ninguém aqui. Já vieram com esse comportamento. Agrediram até crianças pequenas. O neto da minha vizinha, de 5 anos, e o de outro vizinho também foram vítimas. Era uma ameaça constante pra todo mundo, e meu irmão era o alvo principal”, contou.